The National Times - Países ocidentais querem 'código de conduta' comum para IA

Países ocidentais querem 'código de conduta' comum para IA


Países ocidentais querem 'código de conduta' comum para IA
Países ocidentais querem 'código de conduta' comum para IA / foto: © TT NEWS AGENCY/AFP

A União Europeia (UE) e os Estados Unidos anunciaram, nesta quarta-feira (31), o esboço de um "código de conduta" comum sobre inteligência artificial (IA), que seria aplicado voluntariamente por empresas do setor, diante do risco de a China tomar a iniciativa de regular um campo em plena ascensão.

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Desde as autoridades até os criadores da tecnologia, surge um consenso global com relação à necessidade de regular uma tecnologia com impactos revolucionários, mas que também traz muitos riscos.

Após uma reunião de alto nível na Suécia, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou que os países ocidentais veem como "urgente" agir frente ao surgimento de ferramentas como o robô de conversação ChatGPT.

O código anunciado nesta quarta estaria aberto "a todos os países com ideias semelhantes", disse em coletiva de imprensa ao lado de autoridades da UE.

Segundo a comissária europeia da Concorrência, Margrethe Vestager, conhecida por suas disputas com os gigantes da tecnologia, um "esboço" deste código será apresentado "nas próximas semanas".

"Acreditamos que é realmente importante que os cidadãos possam ver que as democracias agem", declarou Vestager.

A ideia é ter "muito, muito em breve" uma proposta final, à qual possam aderir "o maior número possível de países", acrescentou, citando Canadá, Reino Unido, Japão e Índia.

Os Estados Unidos e os países europeus temem que os critérios chineses prevaleçam se o Ocidente não se unir.

A UE está preparando um quadro jurídico completo e obrigatório que será aplicado em matéria de IA dentro de alguns anos (possivelmente no fim de 2025), indicou Vestager. Mas o código de conduta concebido com Washington será de aplicação voluntária, esclareceu.

- 'Tempestades perigosas' -

A União Europeia quer ser a primeira a ter esse quadro jurídico para evitar abusos da inteligência artificial, mas sua implementação pode levar anos.

A China também tem projetos de regulamentação, em especial uma "inspeção de segurança" das ferramentas de IA.

O presidente chinês, Xi Jinping, e outros altos funcionários do país concordaram sobre a necessidade de um maior controle desta tecnologia. A ideia é "melhorar a vigilância dos dados das redes e da inteligência artificial", disse a imprensa estatal nesta quarta.

"Devemos nos preparar para enfrentar os piores cenários possíveis e estar prontos para resistir a ventos violentos, águas turvas e até mesmo tempestades perigosas", declararam em uma reunião entre líderes do Partido Comunista Chinês, segundo a agência oficial Xinhua.

Nos últimos meses, o mundo se surpreendeu com as capacidades desta tecnologia, que continua evoluindo.

O setor é dominado por gigantes americanos como a Microsoft - principal acionista da OpenAI, empresa que opera o ChatGPT -, Meta e Google.

Porém, o setor avança muito rapidamente, sobretudo com plataformas de código aberto capazes de liderar em termos tecnológicos.

A exemplo das capacidades da IA, a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, proferiu um discurso nesta quarta parcialmente escrito pelo ChatGPT, a fim de destacar a natureza revolucionária, mas também perigosa, da ferramenta.

"Embora nem sempre tenha acertado nos detalhes do programa de trabalho do governo ou na pontuação [...], as capacidades do ChatGPT são ao mesmo tempo fascinantes e assustadoras", afirmou.

F.Hughes--TNT