
Steve Bannon gera polêmica ao fazer gesto considerado nazista

Steve Bannon, um ícone do populismo de direita e ex-estrategista de Donald Trump, gerou polêmica ao fazer um gesto considerado nazista durante uma convenção ultraconservadora perto de Washington, da qual também participa o presidente argentino Javier Milei.
Bannon, que assessorou o magnata republicano durante parte de seu primeiro mandato (2017-2021), discursou, na quinta-feira (20), na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC).
"A única forma de eles ganharem é que nós recuemos, e nós não vamos recuar, não vamos nos render, não vamos desistir. Lutem! Lutem! Lutem!", disse ao final do discurso, estendendo o braço direito para frente com a palma da mão voltada para baixo. O gesto foi interpretado por alguns como a saudação que Adolf Hitler e outros fascistas europeus faziam no século XX.
Em resposta, o presidente do partido de extrema direita francês Reagrupamento Nacional (RN), Jordan Bardella, cancelou o discurso que tinha previsto para esta sexta-feira na convenção, que reúne a elite da direita.
"Neste fórum [quinta-feira], enquanto eu não estava presente na sala, um dos oradores fez um gesto provocativo que fazia referência à ideologia nazista. Em consequência, tomei a decisão imediata de cancelar minha intervenção prevista para esta tarde", declarou Bardella em comunicado.
Seu entorno esclareceu mais tarde à AFP que o eurodeputado francês se referia a Steve Bannon, que foi convidado em 2018 na França para um congresso da Frente Nacional, que mais tarde se tornou o RN, presidido por Jordan Bardella e cuja líder é Marine Le Pen.
Bannon nega ter feito um gesto nazista e afirma que se tratou de um cumprimento à plateia.
"Se ele cancelou por causa do que os principais meios de comunicação disseram sobre o discurso, é porque ele não ouviu o discurso. Se isso é verdade, é indigno de liderar a França. Ele é uma criança, não um homem", declarou Bannon ao jornal francês Le Point.
Exatamente um mês antes, Elon Musk, o homem mais rico do mundo e dono da Tesla, SpaceX e do X, fez o mesmo gesto no dia da posse de Trump, que o colocou como chefe de um departamento de corte de gastos públicos federais.
O bilionário minimizou e até brincou em uma mensagem no X.
"Não diga Hess às acusações nazistas! Tem gente que engole qualquer coisa de Goebbels! Deixe o Goering para os seus inimigos! Os pronomes deles seriam He/Himmler", escreveu em verso, mencionando nomes de nazistas famosos junto com um "emoji" chorando de tanto rir.
W.Phillips--TNT