The National Times - Netanyahu acusa Hamas de ter assassinado irmãos Bibas e promete vingança

Netanyahu acusa Hamas de ter assassinado irmãos Bibas e promete vingança


Netanyahu acusa Hamas de ter assassinado irmãos Bibas e promete vingança
Netanyahu acusa Hamas de ter assassinado irmãos Bibas e promete vingança / foto: © AFP

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusou, nesta sexta-feira (21), o Hamas de ter assassinado, durante o cativeiro, os dois filhos da família Bibas, cujos corpos foram entregues a Israel, mas não o da mãe deles, a israelense de origem argentina, Shiri.

Alterar tamanho do texto:

O Hamas entregou na quinta-feira os corpos de quatro reféns, indicando que se tratava dos restos de Shiri Bibas e de seus dois filhos, que tinham quatro anos e oito meses quando foram sequestrados, além do corpo do jornalista israelense aposentado Oded Lifshitz.

Todos foram sequestrados durante o ataque sem precedentes do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra na Faixa de Gaza.

As autoridades israelenses informaram na madrugada desta sexta-feira que nenhum dos quatro corpos corresponde ao de Shiri Bibas, mas sim ao de uma mulher de Gaza.

O anúncio causou comoção em Israel, e o movimento islamista atribuiu o incidente a um "provável erro".

"Ariel e Kfir Bibas foram brutalmente assassinados em cativeiro em novembro de 2023 por terroristas palestinos", afirmou o porta-voz do Exército israelense para comunicações em árabe, Avichay Adraee, que também confirmou a identificação de Oded Lifshitz.

O porta-voz do exército, o contra-almirante Daniel Hagari, declarou que as crianças "foram assassinadas a sangue frio por terroristas", que "os mataram com suas próprias mãos".

O governo argentino decretou dois dias de luto nacional e expressou "sua mais enérgica condenação ao grupo terrorista Hamas após a confirmação do assassinato das crianças" Bibas.

Em um comunicado, a família Bibas acusou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de não ter protegido seus parentes.

"Não há perdão por tê-los abandonado em 7 de outubro, e não há perdão por tê-los abandonado durante seu cativeiro", declarou em um comunicado Ofri Bibas, irmã de Yarden, marido de Shiri e pai de Ariel e Kfir.

Yarden, que também havia sido capturado no mesmo dia, foi libertado em 1º de fevereiro.

Por sua vez, o fórum de famílias de reféns manifestou sua comoção pelo "cruel e brutal assassinato" dos irmãos Bibas.

- "Monstros" -

A nova escalada poderia colocar em risco o frágil acordo de trégua na Faixa de Gaza, em vigor desde 19 de janeiro, após 15 meses de guerra.

"O mundo civilizado deveria condenar esses assassinatos horríveis", afirmou Netanyahu em um comunicado. "Quem sequestra uma criança pequena e um bebê e os assassina? Monstros. Eu me comprometo a não desistir dos meus esforços até que os selvagens que executaram nossos reféns sejam levados à justiça", afirmou.

"De uma forma inimaginavelmente cínica, não devolveram Shiri com seus filhos (...) e, em seu lugar, colocaram o corpo de uma mulher de Gaza no caixão", disse o líder pouco antes.

"Agiremos com determinação para trazer Shiri de volta para casa, junto com todos os nossos reféns – vivos e mortos - e garantir que o Hamas pague um alto preço por essa violação cruel" do acordo de cessar-fogo, declarou Netanyahu em um vídeo.

Em um comunicado, o grupo palestino considerou "provável" que o corpo entregue, que se supunha ser o de Shiri Bibas, "tenha sido misturado por engano com outros encontrados sob os escombros" em Gaza.

Além disso, destacou seu "compromisso total" com o acordo de trégua e afirmou que não tem "nenhum interesse em não cumpri-lo ou em reter corpos" de reféns.

Kfir Bibas era o mais jovem dos 251 reféns sequestrados no ataque de 7 de outubro.

- Troca no sábado? -

Os corpos foram entregues no âmbito da primeira fase do acordo de trégua em Gaza, negociado pelos mediadores Egito, Catar e Estados Unidos.

É a primeira vez que o Hamas devolve restos mortais de reféns desde o ataque de outubro.

Desde o início da primeira fase do cessar-fogo, que deve terminar em 1º de março, 19 reféns israelenses foram libertados em troca de 1.100 prisioneiros palestinos.

Segundo o Clube de Prisioneiros Palestinos, uma ONG palestina, Israel libertará 602 prisioneiros no sábado, em troca de seis reféns israelenses.

Nesta primeira etapa, 33 reféns devem ser entregues no total, incluindo os corpos de oito que morreram, em troca de 1.900 palestinos detidos em prisões israelenses.

O Hamas afirmou nesta semana que está disposto a liberar "de uma vez só", e não em etapas, todos os reféns que restam em Gaza durante a segunda fase do acordo.

As negociações indiretas dessa segunda parte, que deve representar o fim definitivo da guerra, foram adiadas. A terceira e última etapa se concentrará, em princípio, na reconstrução de Gaza.

O ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 tirou a vida de 1.211 pessoas, em sua maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em números oficiais.

A ofensiva israelense lançada em represália já matou ao menos 48.319 pessoas em Gaza, em sua maioria civis, segundo números do Ministério da Saúde do território palestino, considerados confiáveis pela ONU.

N.Roberts--TNT