The National Times - Fed mantém taxas de juros inalteradas mas cogita corte em setembro

Fed mantém taxas de juros inalteradas mas cogita corte em setembro


Fed mantém taxas de juros inalteradas mas cogita corte em setembro
Fed mantém taxas de juros inalteradas mas cogita corte em setembro / foto: © AFP/Arquivos

O Federal Reserve (Fed, banco central americano) manteve, nesta quarta-feira (31), suas taxas de juros de referência inalteradas, mas deixou aberta a possibilidade de um corte em setembro.

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Após dois dias de deliberações, os dirigentes do Fed votaram de forma unânime a favor de juros entre 5,25% e 5,50%, anunciou a instituição financeira em um comunicado, conservando este índice no nível mais elevado dos últimos 23 anos.

No entanto, em declarações à imprensa em Washington, pouco depois da publicação da decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que o primeiro corte de taxas após a pandemia de covid-19 poderia ocorrer "assim que" acontecer a próxima reunião do banco central em setembro.

"A sensação geral do Conselho [do Fed] é que a economia está se aproximando do ponto em que seria apropriado reduzir nossa taxa de juros oficial", disse Powell, destacando que a inflação desacelerou "notavelmente".

"O Fed estabeleceu as bases para uma flexibilização em setembro, desde que os dois próximos relatórios do IPC [índice de preços ao consumidor] não causem motivos de alarme", considerou em uma nota após a decisão o economista-chefe da Pantheon Macroeconomics, Ian Shepherdson.

- Avanços contra a inflação -

Após um leve aumento da inflação no início do ano, os dados recentes sugerem que a missão do banco central americano de retornar o índice de preços à sua meta de longo prazo de 2% está encaminhada.

O índice PCE, seu índice de inflação favorito, recuou para uma taxa anual de 2,5% no mês passado, enquanto o crescimento econômico permaneceu forte e o mercado de trabalho se equilibrou.

"Nos últimos meses foram feitos mais alguns avanços com o objetivo de uma inflação de 2% fixada pelo Comitê", assegurou o Fed.

A decisão suscita uma ligeira mudança de tom em relação a junho, quando o banco central americano observou "modestos progressos adicionais".

"O Comitê acredita que os riscos para alcançar seus objetivos de emprego e inflação continuam caminhando em direção a um melhor equilíbrio", declarou a instituição financeira, acrescentando que está "atenta aos riscos em ambos os aspectos".

- Direção certa -

Powell considerou que os dados econômicos recentes "continuam apontando na direção" que o banco central espera.

"O momento em que começará a ser apropriado reduzir esse nível de restrições está se aproximando", continuou, acrescentando que o Fed continuaria atento aos dados futuros.

Os operadores de futuros continuam confiantes de que haverá uma queda nas taxas em setembro, atribuindo uma probabilidade de 100%, de acordo com dados do CME Group.

Na decisão anterior sobre as taxas em junho, os responsáveis do Fed responderam a um pequeno aumento da inflação reduzindo de três para um o número de cortes previstos para este ano.

Mas desde então, os dados têm mostrado um panorama muito melhor, e os operadores agora atribuem uma probabilidade de 70% de que o banco central realize cortes de pelo menos 0,75 pontos percentuais este ano, segundo o CME Group.

Espera-se que esses ajustes ocorram na forma de três movimentos separados de um quarto de ponto.

Se o Fed agir em setembro, sua decisão colocaria a instituição no meio da batalha das eleições presidenciais de 2024, que se espera que sejam disputadas entre o ex-presidente republicano Donald Trump e a atual vice-presidente, a democrata Kamala Harris.

Trump acusou Powell - a quem nomeou para o cargo - de mostrar favoritismo político em relação ao Partido Democrata, e sugeriu que não o nomearia novamente como presidente do Fed se vencer as eleições de novembro.

Mas Powell insistiu nesta quarta-feira que o Fed nunca usaria seus mecanismos para apoiar ou se opor a um partido ou a qualquer político.

"Nunca tentaríamos tomar decisões de política [econômica] com base no desenrolar de eleições que ainda não ocorreram", disse. "Essa seria uma linha que nunca cruzaríamos."

L.Johnson--TNT