The National Times - Direito ao aborto triunfa no estado de Ohio em vitória contundente dos democratas

Direito ao aborto triunfa no estado de Ohio em vitória contundente dos democratas


Direito ao aborto triunfa no estado de Ohio em vitória contundente dos democratas
Direito ao aborto triunfa no estado de Ohio em vitória contundente dos democratas / foto: © AFP

Os eleitores de Ohio aprovaram na terça-feira (7) a inclusão do direito ao abordo na Constituição do estado governado pelos republicanos, segundo as projeções da imprensa americana, uma vitória contundente para os democratas do presidente Joe Biden a um ano das eleições presidenciais.

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Em mais um sinal da importância da questão para a campanha de 2024, no estado conservador vizinho do Kentucky o governador democrata Andy Beshear conseguiu a reeleição depois de transformar o direito ao aborto em um dos principais temas da campanha, também de acordo com a imprensa.

Em Ohio, o "Sim" para incluir uma emenda na Constituição estadual que garante o direito a "tomar e executar as próprias decisões reprodutivas" recebeu 55% dos votos, segundo a projeção do jornal The New York Times.

A notícia foi muito celebrada por ativistas de uma coalizão que defende o direito ao aborto em Columbus, a capital do estado do meio oeste governado pelos republicanos.

"Não tenho palavras para expressar o que sinto", declarou à AFP Summer McLain, 27 anos, que trabalhou sem descanso na campanha nos últimos meses.

A coalizão antiaborto 'Protect Women Ohio' afirmou que seus integrantes estão com o "coração partido" com o resultado.

Ohio se une assim ao grupo de estados, tanto progressistas como conservadores, que votaram no ano passado sistematicamente a favor do direito à interrupção da gravidez, para surpresa dos republicanos.

- "Os trumpistas perderam" -

A votação foi acompanhada com atenção em todo o país porque permite medir a temperatura entre os eleitores a 12 meses das eleições presidenciais.

O presidente Biden, candidato à reeleição, mas que está atrás do antecessor Donald Trump nas pesquisas, celebrou o resultado e aproveitou a oportunidade para pedir doações a sua campanha.

"Através do país, esta noite a democracia venceu e os trumpistas perderam. Os eleitores votam. As pesquisas não. Agora, vamos vencer no próximo ano", escreveu na rede social X.

Desde que a Suprema Corte anulou a decisão Roe vs. Wade, que garantia o direito federal à interrupção da gravidez, a questão do direito ao aborto recaiu sobre os estados. Muitos restringiram ou proibiram o direito ao aborto, outros reforçaram.

A questão provoca uma grande mobilização entre os americanos e até algumas pessoas que não se identificam como progressistas consideram radicais as proibições decretadas por alguns estados.

Em Ohio, uma iniciativa da direita para complicar a organização e a adoção de referendos (com o aborto na mira) fracassou em agosto.

No último verão (inverno no Brasil), os defensores do aborto conseguiram reunir centenas de milhares de assinaturas para submeter à votação uma emenda constitucional que consagre o direito.

Os dois lados iniciaram uma campanha intensa no estado, com milhões de dólares gastos e anúncios diários na televisão.

- Batimento cardíaco -

Após a decisão da Suprema Corte, Ohio adotou uma lei para impedir qualquer aborto – mesmo em casos de estupro ou incesto – assim que o batimento cardíaco for detectado no útero, por volta das seis semanas de gestação, quando muitas pessoas ainda não sabem que estão grávidas.

A lei está suspensa em meio a uma batalha jurídica. Por enquanto, o aborto permanece legal nesse estado até a 22ª semana.

Mas, no breve período em que a lei esteve em vigor, uma menina de 10 anos que engravidou após um estupro teve de viajar para o estado vizinho de Indiana para fazer o aborto, o que provocou protestos em todo o país.

A emenda aprovada na terça-feira pretende dar a qualquer pessoa "o direito de tomar e executar as suas próprias decisões" sobre aborto, contracepção, tratamentos de fertilidade e cuidados de aborto espontâneo.

Os eleitores de Ohio também aprovaram a regulamentação da maconha, segundo a projeção da imprensa.

S.Cooper--TNT