The National Times - Petrobras cai 6% após proposta de mudanças em estatuto social

Petrobras cai 6% após proposta de mudanças em estatuto social


Petrobras cai 6% após proposta de mudanças em estatuto social
Petrobras cai 6% após proposta de mudanças em estatuto social / foto: © AFP/Arquivos

As ações da Petrobras fecharam em queda de 6% nesta segunda-feira (23), depois que seu conselho diretor apresentou uma proposta de mudanças no estatuto social da empresa que desagradou os investidores, receosos de uma redução dos dividendos, segundo analistas.

Alterar tamanho do texto:

A ação ordinária da petroleira (PETR3) caiu 6,03%, após operar em forte baixa desde o início do pregão. Já a preferencial (PETR4) teve queda de 6,61%. Dessa forma, a Petrobras arrastou o Ibovespa para um recuo de 0,33%, a 112.785 pontos.

O Conselho de Administração da Petrobras informou, por meio de um comunicado, sua proposta para "criar uma reserva de remuneração do capital". Segundo a nota, a reserva tem como objetivo "assegurar recursos para o pagamento de dividendos", assim como a recompra de ações ou a absorção de perdas.

O anúncio não foi recebido com otimismo pelo mercado, que teme um efeito negativo na distribuição de dividendos extraordinários, segundo analistas citados pela imprensa.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem criticado os pagamentos lucrativos aos acionistas pela Petrobras, que seriam feitos, segundo ele, em detrimento da sociedade brasileira.

A diretoria da Petrobras informou que a política de distribuição de dividendos permanece inalterada e que a reserva será constituída após o pagamento. Mas essa política já havia sido revista em julho, limitando os dividendos pagos aos acionistas.

A proposta, que implica em uma revisão do estatuto social da empresa, ainda deve ser aprovada pelos acionistas em Assembleia Geral Extraordinária, que será convocada "oportunamente", segundo a nota.

Por outro lado, o Conselho de Administração da Petrobras propôs flexibilizar as nomeações de executivos. Isso "acende o alerta em relação à ingerência estatal na empresa", analisou Heitor Martins, estrategista de investimentos da Nexgen Capital.

O estatuto atual da companha prevê uma camada adicional de proteção em relação a uma possível intervenção política no rumo da companhia, segundo nota do Goldman Sachs.

A.Little--TNT