The National Times - UE assume risco de represálias chinesas por investigação sobre subsídidos

UE assume risco de represálias chinesas por investigação sobre subsídidos


UE assume risco de represálias chinesas por investigação sobre subsídidos
UE assume risco de represálias chinesas por investigação sobre subsídidos / foto: © AFP

A União Europeia garantiu, nesta sexta-feira (15), que sua economia sobreviverá a qualquer represália da China, depois que as autoridades do gigante asiático alertaram que a investigação de Bruxelas sobre os subsídios aos automóveis elétricos chineses prejudicaria as relações comerciais.

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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou na quarta-feira uma investigação e acusou a China de manter os preços dos automóveis elétricos "artificialmente baixos por meio de subsídios".

O Ministério do Comércio chinês lamentou o "protecionismo manifesto" da UE e alertou que a ação teria "um impacto negativo na relações econômicas e comerciais entre China e UE".

O comércio com a China representa aproximadamente 2,5% do PIB da zona do euro, mas o comissário europeu de Economia, Paolo Gentiloni, não parecia preocupado com as ameaças chinesas.

"Acredito que não há uma razão específica para represálias, mas sempre é possível", disse ele antes de uma reunião de ministros da Economia da zona do euro na cidade espanhola de Santiago de Compostela.

O ministro da Economia da França, Bruno Le Maire, afirmou que a UE não deve temer ninguém em termos de represálias econômicas.

"Não devemos ter medo de nenhum país. Somos a UE. Somo o mercado único. Somo um dos mais poderosos continentes econômicos do mundo", disse o funcionário francês à emissora Bloomberg.

Ao chegar à reunião em Santiago de Compostela, Le Maire afirmou que a decisão sobre a investigação "foi tomada para proteger os interesses da indústria europeia e os interesses de todas as empresas privadas europeias".

"Isso não é nada contra a China, porque a China é um parceiro econômico importante para a Europa", acrescentou.

Enquanto isso, a Alemanha, um dos maiores fabricantes de automóveis do mundo, se mostrou mais reticente, já que suas grandes e famosas marcas estão mais expostas ao mercado chinês que as montadoras francesas.

Embora Berlim tivesse preocupações antes do anúncio, o ministro da Economia alemão, Christian Lindner, deu respaldo à investigação em declarações nesta sexta-feira.

Por seu lado, Gentiloni admitiu que o nível do comércio com a China "é diferenciado entre os Estados membros".

- 'Superpotência comercial mundial' -

A ministra da Economia espanhola, Nadia Calviño, insistiu que a UE era "uma superpotência comercial mundial" e apoiou as ações da comissão contra a China.

"Estou absolutamente convencida que a Comissão Europeia seguirá impulsionando uma política comercial apoiada em um marco comercial aberto e baseado em regras", afirmou.

Especialistas da UE suspeitam que a enorme diferença nos preços dos automóveis elétricos fabricados na China pode ser fruto de práticas ilegais, embora a China argumente que sua indústria está colhendo os benefícios dos investimentos feitos nos últimos anos.

Na corrida por produzir mais tecnologia limpa, a UE quer evitar repetir os erros do passado.

Quando a Rússia invadiu a Ucrânia, em 2022, a UE apressou o processo para encontrar fontes alternativas de energia aos hidrocarbonetos russos e investiu bilhões de euros na reconversão da produção.

Desde então, Von der Leyen impulsionou uma iniciativa para garantir o fornecimento de matérias primas cruciais da Europa.

A UE também aprovou um plano para aumentar a produção de microprocessadores na Europa para produzir os componentes necessários a sua indústria.

No entanto, a UE também enfrenta desafios de seu aliado do outro lado do Atlântico.

Em 2022, os Estados Unidos aprovaram a Lei de Redução da Inflação (IRA, sigla em inglês), que destina cerca de US$ 370 bilhões (R$ 1,8 trilhão) em subsídios à transição energética.

Esse plano inclui isenções fiscais para os veículos elétricos fabricados nos Estados Unidos.

S.Collins--TNT