The National Times - Trump contabiliza acusações, e Biden, fábricas eólicas

Trump contabiliza acusações, e Biden, fábricas eólicas


Trump contabiliza acusações, e Biden, fábricas eólicas
Trump contabiliza acusações, e Biden, fábricas eólicas / foto: © AFP

Donald Trump contabiliza suas acusações, e Joe Biden, as fábricas de turbinas eólicas, os empregos criados e os investimentos. Acima de tudo, o presidente americano evita comentar os problemas judiciais de seu antecessor e grande rival republicano.

Alterar tamanho do texto:

Nesta terça-feira (15), dia seguinte ao quarto indiciamento do magnata republicano, o democrata Biden, 80, discursou em Wisconsin, estado decisivo em sua campanha pelo segundo mandato, e onde o Partido Republicano fará o primeiro debate de suas primárias na próxima semana.

Em uma fábrica sobrecarregada de pedidos de turbinas eólicas e que começa a produzir estações de recarga para veículos elétricos, Biden elogiou os empregos e investimentos vinculados, segundo ele, às suas leis de transição energética, inovação tecnológica e infraestrutura.

O presidente não citou Trump, mas criticou a teoria de seu rival sobre um suposto declínio do país. "Digam que os Estados Unidos estão afundando. Estão errados. Os Estados Unidos estão vencendo!"

Biden teve o cuidado de não mencionar a acusação mais recente contra o antecessor republicano, de ter tentado alterar o resultado das urnas no estado da Geórgia.

- Calado -

Era previsto que Biden guardasse silêncio sobre o assunto, seguindo a estratégia que adotou desde o primeiro dos quatro indiciamentos de seu rival, em Nova York, por pagamentos suspeitos a uma atriz pornô.

O presidente dos Estados Unidos compreende que os republicanos, que o acusam de usar a Justiça contra Donald Trump, aproveitariam qualquer mínimo comentário.

O democrata já é naturalmente relutante em falar com jornalistas, mas desde o início do verão ele os evita ainda mais.

Ficaram para trás as breves sessões de perguntas e respostas ao pé do avião ou durante um passeio de bicicleta. Biden se limita a discursos preparados sobre suas principais iniciativas de investimento, em particular sobre a Lei de Redução da Inflação (IRA), assinada em 16 de agosto de 2022.

A IRA, nomeada assim devido ao aumento dos preços da energia quando foi assinada, é um imenso programa de incentivos e subsídios para a transição energética.

O governo americano calcula que o plano já gerou 110 bilhões de dólares (548 bilhões de reais, na cotação atual) em investimento privado.

Enquanto Trump soma processos judiciais contra ele, a Casa Branca contabiliza painéis solares, turbinas eólicas e empregos gerados.

"Só em Wisconsin, as empresas prometeram mais de 3 bilhões de dólares (15 bilhões de reais, na cotação atual) em investimentos em fábricas e energia limpa desde que o presidente Biden assumiu o cargo", afirmou a Casa Branca nesta terça-feira.

- 'Senso de honra' -

Joe Biden está bem ciente de que essa mensagem não causará tanto impacto em sua campanha para 2024 quanto as acusações contra Donald Trump.

Mas o democrata acredita que acabará se beneficiando da solidez da economia americana, que até agora desafiou as previsões de recessão.

Para se diferenciar de seu rival, Biden não quer causar alvoroço.

Também ficou em silêncio na semana passada quando um promotor especial foi nomeado para investigar seu filho Hunter, envolvido em problemas judiciais e acusado pelos republicanos de envolvimento em negócios questionáveis no exterior.

O anúncio rapidamente foi ofuscado pela perspectiva do indiciamento de Trump na Geórgia.

A aprovação pública ao presidente é baixa. Os americanos não estão convencidos de seu programa econômico e veem com desconfiança sua idade, já que ele teria 86 anos ao final de um segundo mandato.

Por outro lado, com quatro décadas de carreira política, ele estima que o tempo joga a seu favor, assim como o contraste entre sua personalidade e a de Trump.

Em uma reunião na semana passada com doadores democratas, afirmou que deseja devolver à política dos Estados Unidos "um senso de decência, um senso de honra".

F.Hammond--TNT