The National Times - Ainda internado, papa Francisco assina decreto de canonizações

Ainda internado, papa Francisco assina decreto de canonizações


Ainda internado, papa Francisco assina decreto de canonizações
Ainda internado, papa Francisco assina decreto de canonizações / foto: © AFP

O papa Francisco, hospitalizado aos 88 anos com pneumonia nos dois pulmões, assinou um decreto de canonizações, confirmando que ele pode trabalhar e que sua saúde parece estar melhorando.

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"O papa descansou bem a noite toda", informou a Santa Sé nesta terça-feira (25), no 12º dia de sua hospitalização em Roma, após apresentar uma "leve melhora".

Esta é a maior internação hospitalar desde que ele foi eleito líder dos católicos em 2013.

O Vaticano anunciou que o papa recebeu, na segunda-feira, a visita do secretário de Estado, o cardeal italiano Pietro Parolin, e do arcebispo Edgar Peña Parra, respectivamente o número dois e o número três da Santa Sé.

Durante esta visita, a primeira desde sua internação no hospital Gemelli, em Roma, Francisco autorizou a canonização de dois leigos, da Venezuela e da Itália, e convocou um consistório — uma assembleia de cardeais — cuja data ele não especificou.

José Gregorio Hernández Cisneros, conhecido como o "Médico dos Pobres" (1864-1919), foi beatificado em 30 de abril de 2021 em Caracas e agora se tornará o primeiro santo da Venezuela.

A curto prazo, "esta audiência significa que o papa está melhor", disse uma fonte do Vaticano à AFP, embora o prognóstico dos médicos permaneça "reservado".

No entanto, a Santa Sé ofereceu uma atualização mais otimista na segunda-feira, dizendo que Jorge Bergoglio havia experimentado "uma leve melhora".

"A condição clínica do Santo Padre, embora ainda crítica, apresentou uma leve melhora. Não houve episódios de crises respiratórias asmáticas hoje; alguns exames laboratoriais melhoraram", informou o Vaticano na noite de segunda-feira.

A Santa Sé afirmou que a "insuficiência renal leve" que ele sofre desde domingo "não é motivo de preocupação".

Uma fonte do Vaticano indicou na segunda-feira que Francisco conseguiu se levantar e comer normalmente e que estava de bom humor. Segundo a Santa Sé, ele chegou a ligar para a paróquia de Gaza na segunda-feira, como faz desde o início da guerra.

O Gabinete de Imprensa do Vaticano negou uma reportagem publicada na segunda-feira pelo semanário francês Paris Match, que dizia que o papa seria transferido em breve para outro hospital na Ilha Tiberina, em Roma.

- "Lufada de oxigênio" -

Centenas de fiéis se reuniram na noite de segunda-feira sob a chuva na Praça de São Pedro, enquanto dezenas de cardeais rezavam por Francisco.

O cardeal hondurenho Oscar Rodríguez Maradiaga, que coordenou o Conselho de Cardeais do papa, declarou ao jornal La Repubblica que está esperançoso de que o papa conseguirá superar as dificuldades.

"Ainda não é momento para que ele vá para o céu", afirmou Rodríguez Maradiaga. "É alguém que não recua diante das dificuldades, não desanima, não se paralisa e não deixa de avançar".

Em Buenos Aires, onde Bergoglio foi arcebispo antes de ser eleito papa, centenas de pessoas se reuniram para orar pelo pontífice.

O atual arcebispo da capital argentina, Jorge García Cuerva, destacou que "em um mundo asfixiado pelas guerras, Francisco foi uma lufada de oxigênio. Sempre foi um homem que nos convocou à fraternidade universal".

Líderes do mundo inteiro enviaram mensagens de encorajamento ao papa.

"A situação é muito grave, mas desejamos a ele uma recuperação", declarou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enquanto seu homólogo francês, Emmanuel Macron, desejou uma "rápida recuperação".

- Dúvidas -

Na Venezuela, o presidente Nicolás Maduro disse na segunda-feira que havia enviado ao papa uma carta "expressando toda a nossa admiração" e descreveu Francisco como "um líder ético da humanidade (...) amado por todas as religiões".

Esta hospitalização, a quarta e mais longa desde 2021, causa grande preocupação devido aos problemas anteriores que enfraqueceram a saúde do papa nos últimos anos. Entre outras coisas, ele passou por operações no cólon e no abdômen e tem dificuldade para andar.

Também reacendeu as especulações de que o papa Francisco poderia renunciar, embora ele tenha dito diversas vezes que esse momento ainda não chegou.

P.Sinclair--TNT