The National Times - MP de Paris pede julgamento de militantes de extrema direita por assassinato de jogador argentino

MP de Paris pede julgamento de militantes de extrema direita por assassinato de jogador argentino


MP de Paris pede julgamento de militantes de extrema direita por assassinato de jogador argentino
MP de Paris pede julgamento de militantes de extrema direita por assassinato de jogador argentino / foto: © AFP/Arquivos

O Ministério Público de Paris pediu nesta segunda-feira(5) o julgamento de dois militantes de extrema direita suspeitos de balear o ex-jogador de rugby argentino Federico Martín Aramburu em março de 2022 na capital francesa.

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O MP pediu que Loïk Le Priol, de 30 anos, e Romain Bouvier, de 33 anos, sejam julgados por homicídio, segundo um documento assinado na sexta-feira e consultado pela AFP nesta segunda-feira.

A promotoria também pediu que fosse julgada Lyson R., companheira de Loïk Le Priol, presente durante os fatos, e outro homem de 35 anos, suspeito de ajudar Romain Bouvier em sua fuga.

Em 19 de março de 2022, Martín Aramburu, de 42 anos, estava com um amigo, também ex-jogador de rugby, Shaun Hegarty, em um bar na rua Saint-Germain, no centro da capital francesa.

À noite, eles iriam ao Stade de France para uma partida entre França e Inglaterra pelo Six Nations.

Após um atrito com Loïk Le Priol e Romain Bouvier, os dois atletas deixaram o local a pé. Os militantes de extrema direita os seguiram dispararam contra o ex-Puma em dois locais diferentes, ferindo-o mortalmente. Fugiram em seguida.

- "Plano premeditado" -

Le Priol, ex-comandante da Marinha e membro do movimento de extrema direita Groupe Union Défense (GUD), recentemente dissolvido, foi detido dias depois na Hungira, enquanto viajava para a Ucrânia.

Bouvier, ex-estudante de Direito na Universidade Assas de Paris, foi preso na região de Sarthe, ao sudoeste da capital.

Durante o processo, Le Priol afirmou que agiu em legítima defesa. Bouvier, o que disparou primeiro, negou qualquer intenção de matar o ex-jogador de rugby e disse que fez "disparos dissuasórios para o chão".

Mas a Promotoria considera que Le Priol "disparou conscientemente contra Federico Martín Aramburu com o objetivo de matá-lo, embora não tenha justificado os disparos", e que os tiros de Bouvier também foram dirigidos deliberadamente contra o ex-jogador de rugby.

"Os dois cenários de disparos de Romain Bouvier e Loïk Le Priol fazem parte, na verdade, de um único cenário de violência, que é a realização de um plano premeditado", avalia o Ministério Público.

"Portanto, é irrelevante que as balas disparadas por Romain Bouvier não tenham sido mortais e não procede distinguir entre ambos acusados (...) pois o resultado de um único cenário para qual ambos interviram foi a morte de Federico Martín Aramburu", afirma.

O advogado de Loïk Le Priol, Xavier Nogueras, contatado pela AFP, não quis comentar. Não foi possível o contato com os advogados de Romain Bouvier até o momento.

"Dadas as provas do caso, não temos nenhum problema em demonstrar a inocência de meu cliente", declarou à AFP Florian Lastelle, advogado de Lyson R., denunciando "uma análise muito pessoal e próxima" da acusação.

Federico Martín Aramburu, jogador pelo Biarritz (2004-2006), Perpignan (2006-2008) e Dax (2008-2010). Após a carreira esportiva, passou a viver em Biarritz, no sul de França, onde trabalhava no setor do turismo.

A.Little--TNT