The National Times - Recuo da água revela estragos no RS, que vai receber ajuda do BRICS

Recuo da água revela estragos no RS, que vai receber ajuda do BRICS


Recuo da água revela estragos no RS, que vai receber ajuda do BRICS
Recuo da água revela estragos no RS, que vai receber ajuda do BRICS / foto: © AFP

A água começava a baixar em partes do Rio Grande do Sul, revelando os estragos causados pela catástrofe climática na região, que vai receber uma ajuda de mais 5 bilhões de reais do banco do grupo BRICS, anunciou a instituição nesta terça-feira (14).

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A tragédia, de dimensões sem precedentes no estado, já deixou 149 mortos e 124 desaparecidos, segundo o balanço mais recente da Defesa Civil. Mais de 617.000 pessoas foram retiradas de seus lares em um total de 446 municípios, e quase 80 mil delas estão em abrigos, informaram autoridades.

O Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), também conhecido como Banco do BRICS, grupo de economias emergentes fundado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, liberou um auxílio de 1,115 bilhão de dólares (cerca de R$ 5,7 bilhões) para o Rio Grande do Sul, anunciou a ex-presidente Dilma Rousseff, que dirige a instituição financeira.

Os recursos serão destinados a "reconstruir a infraestrutura urbana e rural" e "ajudar na retomada da vida gaúcha", assinalou a ex-presidente em um vídeo na plataforma X.

No total, os aportes de grandes bancos multilaterais, incluindo o Banco Mundial (BM), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF), somam mais de 15,6 bilhões de reais, segundo o governo.

Ao mesmo tempo, toneladas de donativos continuavam chegando para abastecer dezenas de milhares de moradores alojados em abrigos.

- Evitar 'algo pior' -

No município de Cruzeiro do Sul, de 11,6 mil habitantes, a água "passou por cima do telhado da nossa casa", contou à AFP o pintor Silvio Kehl, 40, que mora com a mulher e a filha de 4 meses.

Depois de enfrentar a terceira inundação no local, a família decidiu se mudar: Vamos abandonar aqui antes que aconteça algo pior."

Nelson Xavier, 61, observava, resignado, o que restou da sua fábrica de concreto. "Foram 30 anos trabalhando, lutando, e agora a gente perdeu tudo de uma hora para a outra", lamentou. "A vontade é de abrir de novo e dar serviço para as pessoas, mas, com as minhas forças, é impossível, não tem como."

Em Lajeado, de aproximadamente 85.000 habitantes e fortemente impactada pela cheia do rio Taquari, os destroços são abundantes no meio da lama em áreas residenciais arrasadas pela corrente de água e deslizamentos, constatou uma equipe da AFP.

A destruição deixa o estado de luto, que deverá reconstruir boa parte de sua infraestrutura. Como em Canoas, perto da capital Porto Alegre, onde uma rodovia está completamente submersa.

- Mais chuva -

O caos se agravou depois de novos alagamentos causados por chuvas intensas nos últimos dias. O rio Guaíba, em Porto Alegre, voltou a níveis históricos e chegava hoje a 5,21 metros. Estima-se que ele possa superar o pico de 5,35 metros registrado em 5 de maio.

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo governo prometeu 50 bilhões de reais em ajuda, viajará amanhã pela terceira vez à região da catástrofe. No município de São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre, ele fará “novos anúncios com foco na recuperação do estado”, segundo a Presidência.

O governo Lula enviou ontem uma proposta ao Congresso para suspender por 36 meses os pagamentos da dívida do Rio Grande do Sul com a União, e aliviar o peso diante da tragédia.

S.M.Riley--TNT