The National Times - Equador, mergulhado na violência, celebra referendo sobre extradição

Equador, mergulhado na violência, celebra referendo sobre extradição


Equador, mergulhado na violência, celebra referendo sobre extradição
Equador, mergulhado na violência, celebra referendo sobre extradição / foto: © AFP

Os equatorianos votam neste domingo(21) para decidir em referendo se darão luz verde à extradição e endurecerão as penas contra traficantes de drogas, sob um clima de terror devido ao assassinato de dois prefeitos nesta semana e à violência incessante.

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Cerca de 13,6 milhões dos 17,7 milhões de habitantes são chamados a votar Sim ou Não em 11 questões propostas pelo presidente Daniel Noboa, para quem o referendo será um termômetro para sua intenção de buscar uma reeleição em fevereiro de 2025.

O resultado "definirá o rumo e a política de Estado que tomaremos para enfrentar o desafio do combate à violência e ao crime organizado", disse o presidente em Quito. A votação começou às 07h locais (09h em Brasília) e terminará dez horas depois.

A extradição de equatorianos é proibida pela Constituição desde 1945. 59% dos equatorianos concordam com esta medida, segundo a pesquisadora Comunicaliza.

A população foi consultada sobre o assunto em fevereiro de 2023, antes do assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio, e o Não venceu com 52%.

Com 36 anos e eleito em votações atípicas para um período de 18 meses para terminar o mandato de Guillermo Lasso, Noboa incluiu nesta consulta popular a ampliação das funções dos militares no combate ao crime e o aumento das penas para crimes como o tráfico de drogas.

As pesquisas estimam uma vitória do Sim com até 65% dos votos, em um contexto de massacres nas ruas, de violência política e do crescente poder dos traficantes de droga.

Pela manhã, na capital, as pessoas começaram a aproximar-se das urnas, em um país onde o voto é obrigatório.

- Segunda tentativa -

Mais de dez políticos foram mortos a tiros desde 2023, quando os homicídios atingiram um recorde de 43 por 100 mil habitantes, em comparação com 6 em 2018.

No sul, dois prefeitos foram assassinados entre quarta e sexta-feira. Há um mês também mataram a prefeita de um balneário no Pacífico.

Com uma popularidade de 69%, Noboa declarou guerra às organizações ligadas a cartéis no México e na Colômbia após um violento ataque em janeiro, com cerca de vinte mortes.

Em seguida, decretou estado de conflito armado interno e ordenou que as Forças Armadas derrotassem vinte grupos considerados "terroristas" e "beligerantes".

- Apagões -

Desde janeiro, Noboa militarizou as prisões, centros de operações de traficantes e de massacres sangrentos entre prisioneiros que deixaram mais de 460 mortos desde 2021.

A mão pesada reduziu a taxa de homicídios segundo o governo, mas a violência piorou no último mês.

O Equador sofre também a maior crise elétrica de sua história. O governo sustenta que, além da seca iniciada em março, sabotagens e corrupção afetaram o funcionamento das hidrelétricas.

Diante da emergência, o Executivo decretou feriados obrigatórios na quinta e sexta-feira, mas garantiu que haverá luz neste domingo.

Seis das questões são direcionadas a reformas legais (consulta popular) e cinco a emendas constitucionais (referendo). A maioria busca dar um protagonismo inédito às Forças Armadas na luta contra as drogas.

C.Bell--TNT