The National Times - Presidente argentino acusa Supremo de manipular eleições nas províncias

Presidente argentino acusa Supremo de manipular eleições nas províncias


Presidente argentino acusa Supremo de manipular eleições nas províncias
Presidente argentino acusa Supremo de manipular eleições nas províncias / foto: © AFP

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, acusou, nesta quarta-feira (10), a Suprema Corte do país de manipular os prazos eleitorais, depois que o tribunal suspendeu as eleições em duas províncias onde se projetava a vitória da situação, em uma escalada do conflito entre os poderes Executivo e Judiciário.

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"A Corte Suprema da Argentina demonstrou mais uma vez que é capaz de adequar suas decisões às necessidades políticas da oposição e, assim, mais uma vez, deixou em evidência o seu caráter antidemocrático", disse Fernández em rede nacional.

Na terça-feira, o Supremo argentino decidiu a favor de uma medida cautelar apresentada por partidos locais vinculados ao opositor Juntos pela Mudança (JxC, direita e social-democratas), opondo-se aos candidatos a governador e vice nas províncias de San Juan (oeste) e Tucumán (norte) porque eles haviam exercido os cargos em outros mandatos.

Esta decisão, que teve alto impacto político, foi tomada a cinco dias das eleições, que deveriam ser realizadas no domingo em um ano que também terá presidenciais em 23 de outubro.

A decisão foi informada no mesmo dia em que se realizava no Congresso uma nova audiência no processo de julgamento político dos quatro juízes da corte, impulsionado pelo governo e no qual o ex-chefe administrativo do tribunal evocou supostos atos de corrupção, combinação de sentenças e desvios de recursos públicos.

Fernández anunciou que a suspensão das eleições "se somará às ações de julgamento político" contra a corte.

O conflito entre poderes também ocorre em um momento em que estão em andamento julgamentos por suspeita de corrupção contra dirigentes da situação peronista, entre eles a ex-presidente (2007-2015) e hoje vice-presidente Cristina Kirchner.

Segundo Fernández, os membros da Corte "se tornaram o braço operacional da oposição e dos grupos concentrados de poder econômico e midiático" e os acusou de responder ao ex-presidente e líder do Juntos pela Mudança (JxC), Mauricio Macri.

A dirigente e pré-candidata à Presidência desta coalizão, Patricia Bullrich, chegou a comemorar a decisão do Supremo em um tuíte: "freamos as reeleições deles", escreveu.

Tanto Macri quanto Bullrich tinham definido as províncias de San Juan e Tucumán como "redutos" do peronismo no poder.

O governo impulsionou uma reforma do Judiciário por meio de leis que ainda devem ser analisadas no Congresso e que incluem a ampliação da Corte, que atualmente tem quatro juízes depois que uma magistrada, já aposentada, não foi substituída.

D.Cook--TNT